Amazonas Estudo sugere que Manaus pode ter alcançado imunidade contra a Covid-19, com até 66% da população infectada Por Roger Siqueira Publicado em 23 de setembro de 2020 3 min - tempo de leitura 86 Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe no Pinterest Compartilhe no Linkedin Cientistas brasileiros estimaram, em um estudo ainda não publicado em revista científica, que Manaus pode ter alcançado a imunidade de rebanho contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2), com até 66% da população manauara tendo desenvolvido anticorpos para o vírus. Os cientistas alertam, entretanto, que chegaram à conclusão depois de analisar amostras de um banco de doadores de sangue, que não necessariamente representa toda a população da cidade. A pesquisa, que ainda precisa passar por revisão de outros cientistas, é de 34 autores de várias faculdades da USP, incluindo a Faculdade de Medicina, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, além de outras instituições no Amazonas, em São Paulo e nos EUA. A versão prévia do estudo foi divulgada em um repositório on-line na segunda-feira (21). O percentual de 66% é o máximo considerado pelos cientistas; o mínimo da população que desenvolveu anticorpos é calculada por eles em 44%. A estimativa inferior não considera as pessoas que podem tê-los desenvolvido, mas que tiveram resultados de testes negativos (os falsos negativos) ou em quem os anticorpos foram detectados, mas, depois, não mais. (Já se sabe que os anticorpos para o Sars-CoV-2 podem desaparecer depois de um tempo). Para os pesquisadores, a elevada taxa de mortalidade em Manaus e a rápida queda no número de novos casos sugere que a capital do Amazonas pode ter alcançado a imunidade de rebanho – situação na qual um número suficiente de pessoas em um determinado lugar já foi infectado ou imunizado contra uma doença e consegue evitar a circulação dela. No caso do sarampo, por exemplo, é necessário que 95% da população esteja vacinada para se alcançar a imunidade de rebanho para a doença. Na pesquisa da Covid em Manaus, os autores alertam que não há consenso sobre qual deve ser o percentual mínimo de pessoas infectadas para que a imunidade de rebanho seja alcançada para a Covid-19. Quando a imunidade de rebanho acontece, mesmo aquelas pessoas que não podem ser vacinadas – no caso de doenças para as quais existe uma vacina – ficam protegidas.