Brasil Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva deixa o cargo Por Alessandro Nuñes Publicado em 29 de março de 2021 3 minutos lido 41 Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe no Pinterest Compartilhe no Linkedin Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, participa de coletiva de imprensa no Palácio do Planalto no dia 01/04 — Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, informou em nota oficial nesta segunda-feira (29) que deixou o cargo. O comunicado não informa o motivo da decisão, mas Azevedo e Silva foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro, informou o blog da jornalista Andréia Sadi. Em uma reunião nesta segunda-feira (29) no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro pediu o cargo ao ministro, segundo o colunista Valdo Cruz, do G1 e da GloboNews. O encontro só foi incluído na agenda pública do presidente depois que o ministro anunciou a própria saída. O nome do substituto ainda não havia sido anunciado até a última atualização desta reportagem. Azevedo e Silva foi escolhido por Bolsonaro para chefiar o Ministério da Defesa ainda durante a transição de governo, em 2018. O militar foi chefe do Estado-Maior do Exército, um dos postos de maior prestígio na Força, e passou à reserva em 2018. Quando foi anunciado ministro, ele era assessor do então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. A gestão Azevedo e Silva Azevedo e Silva permaneceu por dois anos e três meses à frente do Ministério da Defesa. As Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) são vinculadas à pasta. Neste período, Bolsonaro manteve o hábito de visitar a sede do ministério, na Esplanada dos Ministérios, e priorizou os gastos na área. O governo aprovou uma reformulação da carreira dos militares, por exemplo, e conseguiu negociar junto ao Congresso regras diferenciadas para a categoria na reforma da Previdência. Azevedo e Silva foi o segundo militar a comandar o Ministério da Defesa desde a criação da pasta, em 1999, no governo de Fernando Henrique Cardoso. O primeiro militar a ocupar o posto foi o general Joaquim Silva e Luna, indicado por Michel Temer. O período de Azevedo e Silva à frente do Ministério da Defesa também foi marcado por declarações de Bolsonaro – comandante em chefe das Forças Armadas – que insinuavam rupturas institucionais. O presidente chegou a participar de ato antidemocrático em frente ao quartel-general do Exército em Brasília. O general, no entanto, era considerado um ministro discreto, cuidadoso com as palavras. Azevedo e Silva tentava se equilibrar entre a vinculação do governo com as Forças Armadas – já que Bolsonaro colocou parte da Esplanada e das estatais nas mãos de militares – e falas oficiais minimizando o risco de politização ou radicalização das tropas. Até a saída de Azevedo e Silva, oito dos 22 ministros da gestão Bolsonaro tinham formação militar. O Palácio do Planalto ainda não informou se o sucessor do general será militar ou civil. Ainda na gestão de Azevedo e Silva o governo federal apresentou a terceira atualização de um conjunto de documentos, composto por “Política Nacional de Defesa”, “Estratégia Nacional de Defesa” e o “Livro Branco da Defesa Nacional”. Entre os objetivos da Defesa definidos nos documentos, constava a busca por 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em investimento no setor militar, além de regularidade orçamentária. No ano passado, o investimento estava na casa de 1,4% do PIB. Confira abaixo a íntegra do comunicado: Nota Oficial Agradeço ao Presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao País, como Ministro de Estado da Defesa. Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado. O meu reconhecimento e gratidão aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e suas respectivas forças, que nunca mediram esforços para atender às necessidades e emergências da população brasileira. Saio na certeza da missão cumprida. Fernando Azevedo e Silva